Segurança eletrônica:

NOTÍCIAS DO MERCADO

Mercado em expansão e crescimento de IA

01/07/2024

A pesquisa Panorama de Mercado, divulgada pela Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), confirmou um crescimento de 18% do setor no país em 2022, ano em que também contabilizou um expressivo faturamento de R$ 11 bilhões. Assim, esse segmento também superou o seu nível de desenvolvimento de 2021, quando teve uma expansão de 14%. Ao revelar esses números, a entidade enfatizou que a evolução é um reflexo da renovação dos produtos já implantados em projetos antigos e dos avanços proporcionados por meio dos recursos modernos da inteligência artificial e das novas tecnologias de telecomunicação, como o 5G, além da adesão dos condomínios à instalação de novas portarias remotas. 

Ao analisar esse panorama, Marco Barbosa, diretor da unidade brasileira da Came, empresa especializada em equipamentos de automação de acesso, afirmou que a violência e o aumento dos índices de criminalidade no Brasil estão impulsionando a busca por maior proteção, ano após ano, e consequentemente essa procura tem mantido esse segmento altamente aquecido. “No meu ponto de vista, a situação hoje no Brasil propicia que esse mercado de segurança esteja em constante expansão. Se a gente for pegar os últimos anos, tivemos um crescimento importante, muito maior do que o crescimento da economia do país como um todo. A gente percebe o interesse das pessoas de terem um recurso adicional para se protegerem ou para proteger o seu patrimônio. A situação e sensação de falta de segurança obrigam as empresas a investirem em produtos e serviços”, ressalta Barbosa. 

O executivo da Came, que também é especialista em segurança, destaca que os principais sistemas de proteção usados atualmente no Brasil são os de monitoramento com circuito fechado de televisão (CFTV), de controle de acesso e de alarmes contra intrusão, incêndio e para resguardo de produtos. E ele aponta que esse setor tem crescido ao superar, sem grande sofrimento, as dificuldades impostas pelo cenário financeiro do país, agravado pela elevação contínua da inflação e prejudicado recentemente pela pandemia do novo coronavírus. “Esse setor cresce a cada ano um pouco mais, apesar da economia do país. Sente os efeitos da conjuntura econômica, mas muito pouco, pois as pessoas sempre buscam a segurança, e o Brasil tem se modernizado rapidamente dentro desse mercado para atender à demanda grande que o país possui em meio aos seus altos índices de criminalidade e violência”, completa. 

Em 2022, a Came, segundo o diretor, cresceu quase 20%. E a expectativa é manter essa alta em 2023, quando a Abese projeta uma expansão de 19% no mercado de segurança eletrônica.

E a IA?

Barbosa exalta a importância dos novos avanços tecnológicos e prevê que as ferramentas de inteligência artificial vão ajudar a alterar, em um futuro próximo, o perfil dos projetos de vigilância que existem atualmente ao torná-los cada vez mais autônomos e menos dependentes de serem operados com condução humana. 

“É muito difícil prever o que será possível se fazer com essa nova tecnologia e qual estágio ela poderá alcançar, mas é certo que o seu avanço constante vai promover uma ruptura, uma quebra de continuidade, pois propiciará um novo sistema de serviço e modificará toda a base que a gente tem hoje para a sua execução. Isso também porque a inteligência artificial possui uma abrangência muito grande e consegue trazer respostas e soluções para os problemas muito mais rapidamente do que anteriormente imaginávamos que seria possível”, enfatiza o especialista. “Os sistemas de monitoramento de segurança, por exemplo, acredito que em um futuro próximo serão feitos mais por meio da inteligência artificial. Porém, da mesma forma que ela deverá substituir grandes serviços humanos, as pessoas seguirão importantes para fazer o que a máquina ainda não tem condições de realizar, que é a tomada de decisão com um olhar que analisará os dados para promover ações com maior assertividade”, reforça. 

Indústria puxa crescimento do setor

Esse último levantamento divulgado pela Abese também apontou que o setor de segurança eletrônica é composto hoje por mais de 33,5 mil empresas no Brasil e destacou que, juntas, são responsáveis por gerar um milhão de empregos diretos e mais de três milhões indiretos. E o grande motor do segmento é a indústria, que, segundo a pesquisa da entidade, tem 90% das suas companhias dispostas a contratar funcionários no regime CLT para atuar em áreas técnicas. Para completar, 72% dos membros desse mercado abriram vagas em departamentos comerciais e 54,5% em cargos administrativos. 

“Eu acredito que a projeção de crescimento de 19% desse setor para 2023 está condizente com o que é o mercado de segurança do país atualmente. A tecnologia não é um produto estático, ela exige constante atualização, de equipamentos e serviços. E quando falamos de segurança, a única certeza que temos é a de que os criminosos estão tentando burlar os sistemas existentes. A sensação de insegurança obriga as pessoas a investirem em proteção. Se não ocorrer nenhum fato abrupto que mude esse cenário, a tendência é a de expansão desse segmento”, ressalta Barbosa, comentando ainda outro dado revelado pela Abese, de que a indústria foi o campo da segurança eletrônica que mais cresceu em 2022, com 22% de evolução. 

Em meio às necessidades de se adaptar às novas tecnologias e oferecer equipamentos e serviços melhores contra a criminalidade, a indústria é responsável pela parte de hardware e de software, sendo a geradora de produtos que vão propiciar que a cadeia do setor se movimente. E ela movimenta não só a parte de mão de obra, como também a de produção. As empresas, que estão preocupadas em permanecer no mercado, são praticamente obrigadas a investir em tecnologia e pesquisas para atualizar equipamentos ou para lançar novos produtos”, finaliza o especialista.

Brasil, paraíso hacker: 2º país mais atacado e 79º em segurança

CIBERSEGURANÇA

Sem esforços para a capacitação das pessoas contra ciberataques, os investimentos em ferramentas se tornam mais caros e menos efetivos

A divulgação de um ataque sofrido pelo SICOOB em que o grupo hacker Ramsom Hub teria roubado dados pessoais de milhares de clientes e funcionários joga luz sobre um tema que é pouco falado no Brasil: a segurança cibernética.

Somos o segundo país mais atacado por hackers no mundo, atrás apenas dos EUA e na frente de gigantes como Índia e China. Sofremos 685.748 ataques em 2023. Em âmbito mundial os ataques acumulam danos de US$ 6,7 trilhões com perspectiva de atingirem US$ 10,4 trilhões até 2030. Só para se ter uma ideia do que isso representa, o tráfico de drogas movimenta mundialmente US$ 400 bilhões, ou 16 vezes menos recursos.

Segundo o ranking do Surfshark Digital Quality of Life Index 2023, o Brasil ocupa a 79ª posição entre 121 países pesquisados quando o tema é segurança eletrônica. Essa insegurança acaba depreciando o valor gerado para a sociedade por termos a 8ª melhor internet do mundo e o 24º melhor governo eletrônico.

O ataque mais comum é o ransomware, nome complicado para algo que é basicamente o sequestro de dados de uma organização, ou seja, os dados de uma organização são criptografados e os hackers demandam pagamentos em dinheiro como resgate para poderem devolver os dados às organizações. Em 2023, 83% das empresas brasileiras atacadas precisaram pagar pelo resgate de seus dados a um custo médio de R$ 6 milhões cada.

O contexto é preocupante e os dados de investimentos são divergentes. Enquanto uma pesquisa da empresa IDC aponta que apenas 37,5% das empresas brasileiras priorizam investimento sem segurança cibernética, outra, do International Business Report (IBR) afirma que 80% das empresas de médio porte já investem em cibersegurança. Essa divergência se deve, muitas vezes, à compreensão do que são investimentos em cibersegurança. Muitas empresas ainda entendem que investimentos em antivírus, firewall etc. são investimentos em segurança cibernética. E são, mas não são suficientes.

Segundo o Fórum Econômico Mundial, 95% dos incidentes de segurança cibernética ocorrem devido a erro humano. Apesar disso, a maioria das pessoas nunca passou por nenhum tipo de capacitação em segurança cibernética. O resultado é que os profissionais ainda caem em ataques de phishing, e-mails falsos que roubam dados pessoais, e em engenharia social, estratégica na qual hackers levam as pessoas a revelar informações confidenciais ou tomar ações que possam comprometer a segurança das informações.

Assim, ter ferramentas de segurança digital é importante, mas não é suficiente. As pessoas e organizações precisam investir na capacitação das pessoas, elo mais fraco de uma corrente que pode levar a prejuízos milionários, sem contar os dados à imagem, confiabilidade e reputação.

Segurança perimetral:

integração de áudio e vídeo garante mais eficiência

Por Jader Mantellato, Gerente de Desenvolvimento de Negócios Verticais da Hikvision  

Garantir a segurança do perímetro é de suma importância tanto para empresas quanto para proprietários de residências. Incorporar uma combinação de alto-falantes de rede e sistemas por imagens não apenas permite a visualização, mas também a interação com as pessoas identificadas. Os alto-falantes profissionais proporcionam significativa melhora na qualidade e no volume do som em comparação com os modelos integrados às câmeras, assegurando uma comunicação mais clara durante situações críticas. Essa abordagem de integração diante de ameaças amplia a consciência situacional e ajuda a prevenir perdas. 

Segurança residencial: proativa e responsiva 

A combinação de áudio e imagens em rede estabelece proteção completa para comunidades residenciais, destacando a prevenção de roubos e invasões de propriedade. Munidos de alarmes em tempo real para detectar qualquer atividade suspeita, esses sistemas têm a capacidade de emitir alertas ao vivo ou pré-gravados, agindo como forte impedimento para os intrusos. Quando integrados a câmeras sensíveis à pouca luz, como as do tipo IR, a defesa contra invasões noturnas é ainda mais reforçada. 

Proteção em armazéns e escritórios 

Sabemos que armazéns e edifícios de escritórios enfrentam inúmeros problemas relacionados com a segurança, incluindo invasões, pichações e roubos. Alto-falantes de rede integrados ao vídeo podem impedir possíveis incidentes, transmitindo avisos a indivíduos não autorizados. Ao entregar mensagens como “Você está invadindo, por favor, saia da área”, potenciais intrusos são imediatamente alertados sobre sua presença. Além disso, por meio de alertas de som bidirecionais em tempo real, a partir de um local centralizado, quaisquer partes duvidosas podem ser informadas da presença proibida em áreas específicas.  

Instalações críticas: protegendo de forma precisa  

Para instalações grandes e altamente seguras, como aeroportos ou centrais elétricas, a complexidade das ameaças aumenta para violações de zonas, sabotagem e até mesmo terrorismo. A ligação de imagem com som é especialmente importante nesses cenários. As câmeras térmicas são posicionadas para detectar com eficácia qualquer presença não autorizada, mesmo durante a noite. Após a detecção, os modelos PTZ (pan, tilt, zoom) focam automaticamente na localização exata do possível intruso.  

Além disso, a integração de alto-falantes em rede atua como empecilho para desencorajar os criminosos. No entanto, os desafios persistem, pois os intrusos podem tentar desviar a atenção ou disparar alarmes falsos. Para resolver isso, as câmeras empregam algoritmos inteligentes avançados que distinguem com precisão ameaças genuínas das falsas. Assim, o sistema garante proteção de alto nível em amplos espaços externos por meio de avaliação precisa da situação e resposta eficiente. 

Diante disso tudo, a integração de áudio e vídeo emerge como solução eficiente e proativa para a proteção perimetral. Seja em comunidades residenciais, armazéns e escritórios ou em instalações críticas como aeroportos e centrais elétricas, a combinação desses sistemas sempre oferece maior eficiência, minimizando potenciais perdas e garantindo resposta oportuna frente a qualquer eventualidade. Ao investir nas tecnologias, as organizações e comunidades estão não apenas prevenindo incidentes, mas também promovendo um ambiente mais seguro e protegido para todos os envolvidos.